Na elaboração de avaliações educacionais de qualidade, especialmente aquelas baseadas na Teoria de Resposta ao Item (TRI), dois conceitos são fundamentais: dificuldade e discriminação de itens. Embora frequentemente confundidos, esses parâmetros têm significados distintos e exercem funções complementares na análise do desempenho dos estudantes.
O que é dificuldade de um item?
Na TRI, a dificuldade de um item não se refere apenas à percepção subjetiva de ser “fácil” ou “difícil”. Tecnicamente, ela representa o ponto da escala de proficiência em que um aluno tem 50% de chance de acertar aquele item (lembrando, claro, que esse valor pode variar dependendo da metodologia empregada). Ou seja, quanto maior esse valor, mais complexa é a questão e maior deve ser a habilidade do estudante para respondê-la corretamente. Na Curva Característica do Item (CCI), logo abaixo, esse parâmetro está marcado pela letra b.
Diferentemente da Teoria Clássica dos Testes (TCT), que calcula a dificuldade com base na porcentagem de acertos, a TRI entende a dificuldade como um parâmetro que considera o padrão de respostas e o comportamento probabilístico dos acertos.
O que é discriminação de um item?
A discriminação mede o quanto um item consegue diferenciar estudantes com níveis diferentes de proficiência. Um item com alta discriminação é aquele que tende a ser acertado por estudantes com alto desempenho e errado por outros com baixo desempenho — justamente o que se espera de uma boa questão avaliativa.
No gráfico da Curva Característica do Item (CCI), a discriminação está relacionada à inclinação da curva (marcada pela letra a): quanto mais inclinada, maior a capacidade do item de discriminar os estudantes em diferentes níveis de habilidade.

Como avaliar esses dois parâmetros?
A avaliação da dificuldade e da discriminação dos itens exige a aplicação de modelos estatísticos específicos da TRI. Após a aplicação de um simulado ou teste, os dados de resposta dos estudantes são utilizados para estimar esses parâmetros por meio de softwares especializados, como o BILOG-MG ou o R.
É com base nesses resultados que é possível montar testes balanceados, contendo questões fáceis, moderadas e difíceis, todas com alta capacidade discriminativa. Esse equilíbrio é essencial para avaliações precisas, justas e pedagogicamente úteis.
Por que isso importa?
Compreender a diferença entre dificuldade e discriminação permite que educadores e gestores tomem decisões mais estratégicas na construção de instrumentos avaliativos. Itens fáceis com baixa discriminação, por exemplo, pouco contribuem para o diagnóstico pedagógico. Já itens difíceis, mas com alta discriminação, ajudam a identificar os estudantes mais avançados com maior precisão.
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Avaliar corretamente os parâmetros de dificuldade e discriminação dos itens é um passo essencial para transformar uma avaliação comum em um instrumento robusto e confiável. Em avaliações baseadas na TRI, como os simulados Enem e Saeb da TRIEduc, esses parâmetros são cuidadosamente estimados e monitorados para garantir qualidade técnica e relevância pedagógica.
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