No Dia Internacional da Mulher, celebramos a coragem, a determinação e as conquistas das mulheres em todo o mundo. Como educadores, é essencial reconhecer e homenagear mulheres inspiradoras que deixaram (ou ainda deixam no momento presente) um legado duradouro em diferentes áreas.
Destacamos sete mulheres extraordinárias cujas contribuições impactaram profundamente a sociedade e servem como fonte de inspiração para educadores e estudantes.
1. Ada Lovelace (1815-1852)
Ada Lovelace foi uma matemática e escritora britânica. Ela é reconhecida como a primeira programadora da história, devido ao seu trabalho com o matemático Charles Babbage e sua máquina de computação mecânica “motor analítico”.
Lovelace demonstrou um talento excepcional para matemática desde jovem, influenciada por seu pai, o poeta Lord Byron. Seu trabalho foi fundamental para a compreensão e o desenvolvimento da computação moderna e até hoje ela é lembrada como uma figura visionária que antecipou muitos conceitos fundamentais da ciência da computação e da programação.
2. Bertha Lutz (1894-1976)
Bertha Lutz foi uma bióloga, política e feminista brasileira, reconhecida por sua incansável luta pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero no Brasil.
Lutz foi uma das principais líderes do movimento sufragista no país e sua atuação foi fundamental para a inclusão do sufrágio feminino na Constituição brasileira de 1934, tornando o Brasil um dos primeiros países da América Latina a conceder esse direito às mulheres.
Além de sua atuação no movimento sufragista, Bertha Lutz foi uma defensora dos direitos das mulheres em diversas outras áreas. Ela foi uma das pioneiras na promoção da educação e do acesso das mulheres ao ensino superior, bem como na defesa do direito ao trabalho e à participação política.
Ao longo de sua vida, Bertha Lutz ocupou cargos importantes em organizações nacionais e internacionais, incluindo a Liga das Mulheres Eleitoras, o Conselho Nacional de Mulheres do Brasil e a Organização das Nações Unidas (ONU).
3. Nise da Silveira (1905 -1999)
Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra brasileira. Formou-se em Medicina pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1926, especializando-se em psiquiatria.
Durante sua carreira, ela questionou as abordagens tradicionais de tratamento psiquiátrico, que muitas vezes incluíam terapias invasivas e desumanas. Em vez disso, ela propôs uma abordagem mais humanizada, baseada na expressão artística e na terapia ocupacional, e assim, introduziu técnicas inovadoras, como o uso da pintura e da escultura como formas de expressão e cura para os pacientes.
O trabalho de Nise da Silveira teve um impacto profundo no campo da saúde mental, promovendo uma visão mais compassiva e inclusiva do tratamento psiquiátrico.
4. Rosalind Franklin (1920 -1958)
Rosalind Franklin foi uma química e cristalógrafa britânica. Graduou-se em Química na Universidade de Cambridge e concluiu o doutorado em Físico-Química pela Universidade de Paris.
Em 1952, Franklin produziu uma imagem de difração de raios-X, conhecida como Fotografia 51, que fornecia evidências importantes sobre a estrutura helicoidal do DNA. Essa imagem foi essencial para o trabalho de James Watson e Francis Crick, que mais tarde propuseram o modelo de dupla hélice para o DNA, uma das descobertas mais importantes da biologia molecular.
Apesar de sua contribuição fundamental para a descoberta da estrutura do DNA, Franklin não recebeu o devido reconhecimento durante sua vida. No entanto, seu legado como uma cientista notável e pioneira na área da biologia molecular é amplamente reconhecido hoje em dia.
5. Glória Maria (1949-2023)
Glória Maria foi uma renomada jornalista brasileira. Na década de 1970, em pleno regime militar, ela quebrou barreiras ao aparecer ao vivo no Jornal Nacional, sendo uma repórter negra em um contexto desafiador. Essa coragem e determinação a acompanharam ao longo dos anos, culminando em 2007, quando participou da primeira transmissão em alta definição (HD) da TV brasileira.
Seu trabalho abrangeu coberturas de guerras, desastres naturais, eventos esportivos e reportagens especiais sobre questões sociais e culturais. Glória Maria tornou-se uma figura icônica na televisão brasileira, conhecida por sua presença marcante e sua habilidade em narrar histórias de forma cativante e impactante.
6. Jaqueline Goes de Jesus (23 de outubro de 1986)
Jaqueline Goes de Jesus é uma cientista brasileira, baiana, negra, conhecida por seu trabalho na área de genética e microbiologia. Ela é graduada em Biomedicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e obteve seu doutorado em Patologia pela mesma instituição.
Durante a pandemia de COVID-19, Jaqueline Goes de Jesus foi uma das principais pesquisadoras envolvidas na identificação e sequenciamento do genoma do SARS-CoV-2 no Brasil. Seu trabalho foi fundamental para entender a origem, a propagação e as variantes do vírus, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de estratégias de combate à pandemia.
Além de seu papel como cientista, Jaqueline Goes de Jesus tornou-se uma figura pública, compartilhando informações científicas e promovendo a conscientização sobre a COVID-19 nas mídias sociais.
7. Malala Yousafzai (12 de julho de 1997)
Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa pelos direitos das mulheres e da educação. Ela ganhou destaque internacional após sobreviver a um ataque do Talibã em 2012, quando foi alvo de um ataque a tiros.
Apesar do atentado violento, Malala se recuperou e continuou sua luta incansável pela educação, tornando-se uma voz global em prol da educação das meninas. Ela constituiu o Fundo Malala, uma organização que trabalha para garantir 12 anos de educação gratuita e de qualidade para meninas em todo o mundo.
Em 2014, Malala Yousafzai se tornou a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, aos 17 anos, em reconhecimento aos seus esforços para promover a educação das meninas.